segunda-feira



páro.
de olhos postos no horizonte
tento escutar o vento que se demora nos meus braços.
mas é demais esta espera,
é demais a lentidão dos meus olhos na procura do infinito.
é-me insuportável esta quietude no tempo.
demoro-me,
mas nunca o suficiente para que o vento parta
antes de mim,
nunca o suficiente para que me conte, todos os seus
segredos.



quarta-feira



...apetece-me a claridade dos dias...

[as noites são-me sempre excessivas]







não vou nunca poder apagar os momentos de lucidez e loucura. de exagero desmedido. e loucura... sempre a loucura…lúcida. tão lúcida... e eu absorta no simples facto de ser eu. e poder sentir assim. por sentir assim... na pele. num beijo. tão loucamente lúcida! perdida em vagas de cor fluorescente. na luz intermitente. astuta – a loucura –. e eu sei-a de cor. e rio enquanto me toma. exausta. durmo na sua embriaguez. o tempo não é meu. é nosso. olho o espelho. e vejo-me. vejo-nos. inexplicável lucidez. sorrio…
vejo-te.






quinta-feira



o Sol aquece-me o corpo e os sentidos…
e fica em mim a vontade de voar
mais alto, mais longe
sem medo, sem destino
livre!