terça-feira



  há dias em que me apetece deitar e fazer um intervalo na vida, dar uma folga aos dias, para recuperar o fôlego e quem sabe assim, recomeçar. 
  todo o meu corpo pede descanso, a cabeça, os olhos, as mãos, a pele… todo o meu ser grita insónias desfeitas nas madrugadas, e, se transforma em pó dorido, dos astros.




segunda-feira




absorvo os dias enquanto a vida passa.
.obsoleta.
tento recompor-me das tempestades.



sexta-feira

Rodrigo.


Um mês, pequenino.
Quem dera tivesse sido, apenas, um pesadelo…



Foto: Carta para ti, Rodrigo

Os dias têm amanhecido tristes e vazios. As noites são imensas e inquietas. Partiste. E no teu lugar ficou o vazio, a dor, a saudade… a revolta. Esta revolta sem fim que me consome a alma e esquarteja o coração.
Já não sei ao certo quando te conheci, quando entraste na minha vida…sei que aconteceu por acaso…que aconteceu quando vi uma fotografia tua e me apaixonei, de imediato, pelo teu sorriso maroto, pelo teu olhar doce e por toda essa tua inocência. Cativaste-me logo ali! Rendi-me a ti, à tua causa… e passas-te a fazer parte dos meus dias. A fazer parte da minha vida. Ganhaste um lugar no meu coração. 
A tua força, a tua alegria e a tua vontade de vencer foram um exemplo para mim. Por ti, comecei a acreditar em milagres e passei a entender o verdadeiro sentido da frase “enquanto há vida, há esperança”… Nos teus três curtos, e ao mesmo tempo longos, anos de vida foste privado de muita coisa. Sofreste, choraste, mas também sorriste e brincaste …sempre com aquela vontade enorme de Viver, e isso, deu forças a todos nós. O Amor com que os teus familiares te rodeavam, parecia uma cápsula de protecção, uma peça fundamental para a tua vitória!
Muitos se juntaram por ti, muitos lutaram por ti, muitos sofreram contigo… e entre esses muitos estava eu. Todos os dias, a lutar, a acreditar, a fazer tudo que estava ao meu alcance para te ajudar a vencer! Por ti acreditei e desejei milagres… por ti …
Foram dias, meses, de incerteza, de angústia, de esperança… e de muito Amor. Sim, muito Amor. Criamos uma corrente de Amor e energia positiva à tua volta. À volta da tua mamã, do teu mano… dos teus avós… todos eles carregavam aquela dor tão profunda, aquele medo constante de te perder….e nós unimo-nos, a tentar ajudar, a tentar proteger, a tentar encontrar soluções….
E tudo foi em vão, meu querido. Não conseguimos salvar-te. Não conseguimos dar-te o que precisavas! O que precisarias tu afinal?? Não sei. Não sei…!! 
Agora só existe esta dor. Esta revolta por teres partido tão repentinamente. Foi um murro no estômago. Foi o desabar do Mundo. D’um Mundo ao qual pertencíamos por TI. Acreditei na tua Vitória, acreditei na tua Cura, desejei muito, muito, uma Longa e Feliz Vida para TI. Mas tu foste embora, voaste…dizem que para um sitio melhor. Onde não existe sofrimento. Mas eu não consigo aceitar isso. Não posso. Vai contra tudo o que acredito… O teu lugar era aqui! Ao lado da tua mamã, do teu mano, dos teus avós! O teu lugar era aqui, a Viver e a ajudar os outros a Viverem. Sim, porque tu ajudavas-nos a viver, a ver a vida com outros olhos. Contigo aprendemos a dar valor a cada dia, a cada minuto, a cada sopro de vida. Com a tua força e coragem, crescemos…
É tão injusto este desfecho! Tão incompreensível e inaceitável! TU merecias mais, muito mais. 
Em mim, vou guardar para sempre o teu sorriso. Vais ter sempre aquele lugar especial no meu coração. Vais fazer sempre parte da minha vida…. 
Fica a certeza que é possível Amar alguém incondicionalmente, sem pretensões ou egoísmos.
Meu pequenino, dói respirar o ar que tu já não respiras….
Um xi apertadinho da tua Amiga, Austricliana. 
<3 sempre.


Carta para ti, Rodrigo

Os dias têm amanhecido tristes e vazios. As noites são imensas e inquietas. Partiste. E no teu lugar ficou o vazio, a dor, a saudade… a revolta. Esta revolta sem fim que me consome a alma e esquarteja o coração.
Já não sei ao certo quando te conheci, quando entraste na minha vida…sei que aconteceu por acaso…que aconteceu quando vi uma fotografia tua e me apaixonei, de imediato, pelo teu sorriso maroto, pelo teu olhar doce e por toda essa tua inocência. Cativaste-me logo ali! Rendi-me a ti, à tua causa… e passas-te a fazer parte dos meus dias. A fazer parte da minha vida. Ganhaste um lugar no meu coração.
A tua força, a tua alegria e a tua vontade de vencer foram um exemplo para mim. Por ti, comecei a acreditar em milagres e passei a entender o verdadeiro sentido da frase “enquanto há vida, há esperança”… Nos teus três curtos, e ao mesmo tempo longos, anos de vida foste privado de muita coisa. Sofreste, choraste, mas também sorriste e brincaste …sempre com aquela vontade enorme de Viver, e isso, deu forças a todos nós. O Amor com que os teus familiares te rodeavam, parecia uma cápsula de protecção, uma peça fundamental para a tua vitória!
Muitos se juntaram por ti, muitos lutaram por ti, muitos sofreram contigo… e entre esses muitos estava eu. Todos os dias, a lutar, a acreditar, a fazer tudo que estava ao meu alcance para te ajudar a vencer! Por ti acreditei e desejei milagres… por ti …
Foram dias, meses, de incerteza, de angústia, de esperança… e de muito Amor. Sim, muito Amor. Criamos uma corrente de Amor e energia positiva à tua volta. À volta da tua mamã, do teu mano… dos teus avós… todos eles carregavam aquela dor tão profunda, aquele medo constante de te perder….e nós unimo-nos, a tentar ajudar, a tentar proteger, a tentar encontrar soluções….
E tudo foi em vão, meu querido. Não conseguimos salvar-te. Não conseguimos dar-te o que precisavas! O que precisarias tu afinal?? Não sei. Não sei…!!
Agora só existe esta dor. Esta revolta por teres partido tão repentinamente. Foi um murro no estômago. Foi o desabar do Mundo. D’um Mundo ao qual pertencíamos por TI. Acreditei na tua Vitória, acreditei na tua Cura, desejei muito, muito, uma Longa e Feliz Vida para TI. Mas tu foste embora, voaste…dizem que para um sitio melhor. Onde não existe sofrimento. Mas eu não consigo aceitar isso. Não posso. Vai contra tudo o que acredito… O teu lugar era aqui! Ao lado da tua mamã, do teu mano, dos teus avós! O teu lugar era aqui, a Viver e a ajudar os outros a Viverem. Sim, porque tu ajudavas-nos a viver, a ver a vida com outros olhos. Contigo aprendemos a dar valor a cada dia, a cada minuto, a cada sopro de vida. Com a tua força e coragem, crescemos…
É tão injusto este desfecho! Tão incompreensível e inaceitável! TU merecias mais, muito mais.
Em mim, vou guardar para sempre o teu sorriso. Vais ter sempre aquele lugar especial no meu coração. Vais fazer sempre parte da minha vida….
Fica a certeza que é possível Amar alguém incondicionalmente, sem pretensões ou egoísmos.
Meu pequenino, dói respirar o ar que tu já não respiras….


Um xi apertadinho da tua Amiga, A.
<3 sempre.

7/6/2013


Telmo Rodrigo Patusco 
8-8-2009/05-6-2013  

terça-feira


desconheço o sentido dos dias, mas
continuo a amar cada um dos seus momentos.
e talvez a felicidade passe por isto,
amar sem reconhecer o sentido. 




deitei-me e deixei repousar o coração. o tempo ficou dormente e a vida escorreu pelos ponteiros do relógio. vagarosamente. ao levantar-me sabia que não podia esperar mais. que não podia manter-me na sombra. à espera que vida abrandasse. que os sonhos me procurassem. e todas as dores desaparecessem. não. não podia ser a última. ser uma migalha do tempo. desprevenida. esquecida. pois eu sou parte do universo. sou sol. sou chuva. sou terra e (a)mar



quinta-feira


hoje. o tempo. os toques. a musica. a dança. os sussurros. a calma. os olhares. os risos. e os beijos. aquele sol nosso, e a lua, em mim…
são para ti.


tanto de ti e de mim. tanto teu. tanto meu. tudo nosso.




segunda-feira



hoje, quando o sol se for
saberei reinventar o calor
no aconchego d’um abraço



quinta-feira


uma brisa suave ondula os meus cabelos
umas gotas de luz percorrem o meu corpo


iluminam-me





     é no gelo que queima que mais sinto frio…




      vem em meu auxílio,

asila-me no teu peito,

não me deixes petrificar.




sexta-feira



num toque, como num sopro, 
sinto-te, a correr em mim.




“Tira-me a luz dos olhos: continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te
E embora sem pés caminharei para ti
E já sem boca poderei ainda convocar-te
Arranca-me os braços: continuarei abraçando-te
com o meu coração como com a mão
Arranca-me o coração: ficará o cérebro,
E se o cérebro me incendiares também por fim,
Hei-de então levar-te no meu sangue.”

-Rainer Maria Pilke-



não é o tempo lá fora que está confuso e desordenado.
não são as árvores que estão nuas e frágeis.
não são as ruas que estão vazias.
a tempestade não é lá fora.
é no coração.

no lado esquerdo do meu peito,
o vento sopra forte e desgovernado,
originando um tornado de sentires desafogados.



segunda-feira



páro.
de olhos postos no horizonte
tento escutar o vento que se demora nos meus braços.
mas é demais esta espera,
é demais a lentidão dos meus olhos na procura do infinito.
é-me insuportável esta quietude no tempo.
demoro-me,
mas nunca o suficiente para que o vento parta
antes de mim,
nunca o suficiente para que me conte, todos os seus
segredos.



quarta-feira



...apetece-me a claridade dos dias...

[as noites são-me sempre excessivas]







não vou nunca poder apagar os momentos de lucidez e loucura. de exagero desmedido. e loucura... sempre a loucura…lúcida. tão lúcida... e eu absorta no simples facto de ser eu. e poder sentir assim. por sentir assim... na pele. num beijo. tão loucamente lúcida! perdida em vagas de cor fluorescente. na luz intermitente. astuta – a loucura –. e eu sei-a de cor. e rio enquanto me toma. exausta. durmo na sua embriaguez. o tempo não é meu. é nosso. olho o espelho. e vejo-me. vejo-nos. inexplicável lucidez. sorrio…
vejo-te.






quinta-feira



o Sol aquece-me o corpo e os sentidos…
e fica em mim a vontade de voar
mais alto, mais longe
sem medo, sem destino
livre!



quarta-feira




desfaço as máscaras que me inventam no rosto,
quero-o descoberto, para sentir o vento.







arde em mim um fogo
lento, rasteiro,
que me consome até ao ultimo átomo.
chama intensa,
imensa, que se propaga
e explode em labaredas de sentires.
fogo, que em silêncio avança,
queima, arde,
rouba  a paz.
luz , que se acende
e prende, ardente,
ao meu olhar.



sexta-feira





todos os sentidos, sem sentido
sentir, apenas







segunda-feira



manhã fria, de nevoeiro.
o meu coração aconchega-se
suavemente,
no fogo posto, dos teus olhos.




"O amor é a arte de encontrar no rosto do outro
                                o espelho dos nossos sonhos"
-Inês Pedrosa-